Ola meninas!!!
Achei este artigo no blog das MR nacional e estou postando pra vocês, vale a pena ler.
Achei este artigo no blog das MR nacional e estou postando pra vocês, vale a pena ler.
bjs
Veja só se eu não tenho razão. Você vai a uma banca de jornal em qualquer esquina do Brasil e pede para ver uma revista dessas para adolescentes. O jornaleiro, muito atencioso, atende o seu pedido e lhe dá a revista. Note bem, não importa o título da publicação, o ano ou o mês… se for realmente uma revista para adolescente, com certeza, vai ter uma chamada deste tipo na capa: “Faça um teste psicológico e veja qual é o seu perfil”.
Não tem nem talvez. Todas as publicações voltadas para a sua faixa etária apresentam testes os mais variados. Eu já vi de tudo: “Que imagem de filho você passa para seus pais?”, “Será que ela é mesmo sua melhor amiga?”, “Quem manda no namoro?”, “Você leva jeito para ser modelo?”. Testes, testes e mais testes.
A lógica do negócio é muito simples. São apresentadas várias perguntas com respostas de múltipla escolha (para você marcar A, B, C ou D). Por exemplo, imagine um teste do tipo “Conheça o seu pai” com perguntas tais como: “O seu pai é… Carrancudo? (letra A), Distraído? (letra B), Apático? (letra C) ou Legal? (letra D)”.
O adolescente, então, vai marcando as respostas e, no final, soma os pontos de acordo com o gabarito indicado. Dependendo de quantos pontos ele fez, há também uma variação na interpretação, como: “Se você fez menos de 10 pontos, o seu pai é um homem das cavernas”; “De 10 a 20, seu pai está mais pra lá do que pra cá e precisa melhorar”; “Com mais de 20, o seu pai é o máximo, ele é uma mãe!”.
Às vezes, acontece também de o editor da revista pegar carona em programas televisivos de sucesso do momento, elaborando temas que procuram encaixar os leitores nas novelas e séries de TV: “Veja se você tem o perfil da Floribella”, “Quem seria você em Smallville?”, ou ainda “Conheça seus amigos. Eles são Rebeldes?”.
O mesmo acontece na Internet, nos sites para adolescentes. Na pesquisa que fiz para escrever este artigo, eu vi, apenas em uma homepage teen, cerca de 400 testes, com maluquices de todo tipo, como: “Você consegue arranjar rápido um namorado?”.
Teste o teste para ver se é realmente um teste.
Algumas coisas precisam ficar bem claras. Embora essas revistas apresentem como chamada o argumento “faça um teste psicológico”, esses testes não são realmente psicológicos. Às vezes, até acontece de o rodapé da página informar que “o teste foi elaborado pelo psicólogo fulano de tal”, mas o fato é que mesmo assim não passa de um teste fraudulento. Só para você ter noção da gravidade do assunto, um psicólogo que divulga tais baboseiras pode até perder o seu registro profissional por não respeitar o código de ética da profissão.
De uns tempos para cá, inclusive, o Conselho Federal de Psicologia tem avaliado os chamados “Testes Psicológicos”, a fim de esclarecer a sociedade brasileira acerca dos instrumentos de avaliação psicológica que podem ser considerados válidos do ponto de vista científico. A razão para tal iniciativa deve-se ao fato de que um teste psicológico meio picareta pode levar uma pessoa a um falso diagnóstico e, conseqüentemente, a decisões erradas.
Existem testes psicológicos que podem efetivamente orientar as pessoas quanto a aspectos vocacionais, aptidões de trabalho e psicodiagnósticos clínicos. Todavia, esses procedimentos técnicos são de uso exclusivo dos psicólogos. Os testes dessas revistinhas não atendem às exigências mínimas do Conselho de Psicologia e não podem sequer ser chamados de “Testes Psicológicos”. Justamente porque há uma série de requisitos que um teste desse tipo deve cumprir para ser considerado de qualidade. São critérios fundamentalmente científicos e baseados em técnicas estatísticas e procedimentos básicos da clínica psicológica.
Assim sendo, é preciso perceber que os testes de revista – do tipo “Veja se o seu namorado está traindo você” – não passam de “falsos testes”, elaborados com o intuito de apenas enrolar os desavisados. Conseqüentemente, há a necessidade de se mostrar as armadilhas que eles escondem. Não dá mesmo para alguém sair dizendo por aí: “Se não fazem bem, mal também não podem causar”.
Pense bem! Um adolescente ingênuo faz um teste intitulado “O espelho do seu coração”. E aí responde a várias questões. No final, o gabarito informa: “Se fez menos de 12 pontos, cuidado! Você vive em depressão”. Ora, se por um lado é verdade que alguns não vão nem ligar para a resposta, também pode acontecer de alguém ficar influenciado e até se sentir deprimido mesmo. E tudo isso em função de uma besteirada inventada, que não tem valor psicológico algum.
Conclusão
Fique esperto. As revistas para adolescentes publicam falsos testes porque, obviamente, todo mundo lê. Entretanto, esses testes não possuem qualquer evidência quanto à sua qualidade.
Quem segue as indicações dessas revistas anda por um terreno perigoso, pois não é possível ter segurança acerca das informações sobre tais avaliações. Muito provavelmente, por não terem qualquer fundamento, não passam de invencionices.
Adolescente esperto, não seja como aqueles que pedem para ser enganados e entram na fila duas vezes. Seja mais criterioso. Escolha melhor o que você lê. Você consegue arranjar rápido uma boa leitura?
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